Título: Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento do vasoespasmo cerebral após hemorragia subaracnoide 
Resumo
O  vasoespasmo cerebral é uma complicação comum após a hemorragia  subaracnoide contribuindo positivamente para mortalidade. A  fisiopatologia dessa vasculopatia reversível não está completamente  esclarecida, mas parece estar relacionada a modificações no endotélio e  camada muscular da parede dos vasos cerebrais. O diagnóstico pode ser  realizado pela combinação entre o quadro clínico, angiografia cerebral e  ultrason com doppler transcraniano. A nimodipina e a hipertensão  arterial sistêmica devem ser utilizadas na prevenção do vasoespasmo  cerebral após hemorragia subaracnoide por apresentarem efeitos benéficos  comprovados sendo questionável o efeito benéfico da hipervolemia e da  hemodiluição. Atualmente a pesquisa para novos fármacos envolve o uso do  sulfato de magnésio e os inibidores da  hidroxi-metil-glutaril-coenzima-A redutase. 
Descritores:
Keywords:  
Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento do vasoespasmo cerebral após hemorragia subaracnoide 
Introdução 
A  hemorragia subaracnóidea (HSA) é uma doença devastadora apresentando  uma mortalidade pré-hospitalar de 12%, com uma taxa adicional de  mortalidade de 40% no primeiro mês da doença e ainda possuindo uma  morbidade de 30% nos sobreviventes.(1) O vasoespasmo é uma  complicação comum que ocorre entre o quinto e o décimo dia após o  sangramento sendo responsável por uma elevado proporção de complicações.(2) 
O  termo vasoespasmo refere-se a uma redução no calibre dos vasos, porém  na HSA o termo possui múltiplos significados já que é uma entidade  complexa causada em parte por uma vasculopatia reversível, ocorrendo  prejuízo na função de autoregulação cerebral e hipofluxo cerebral  resultando em redução regional da perfusão cerebral a ponto de causar  isquemia cerebral.(2) A evidência radiográfica do vasoespasmo  desenvolve-se em até 70% dos pacientes com HSA, mas apenas a metade  destes apresentam sintomas de comprometimento isquêmico tardio.(3,4)
O  objetivo deste artigo foi discutir a fisiopatologia, o diagnóstico e o  tratamento do vasoespasmo cerebral que ocorre após a hemorragia  subaracnóidea. 
Fisiopatologia
A fisiopatologia não está completamente esclarecida.(2)  A presença de oxhemoglobina no espaço subaracnoide parece ser  necessária para causar alterações no endotélio e na camada muscular da  parede dos vasos arteriais.(5,6)  A oxihemoglobina tem a  capacidade de estimular a secreção de endotelina-1, inibir a produção do  óxido nítrico e produzir radicais livres derivados do oxigênio que  podem em conjunto produzir vasoespasmo.(7-9) Os radicais  livres causam peroxidação da membrana lipídica e são os implicados nas  modificações histológicas na parede dos vasos. (2)
A  resposta inflamatória está presente nos pacientes com HSA que evoluem  com vasoespasmo, mas não se sabe ao certo se ela é causa ou conseqüência  deste.(2,10) Os níveis de interlecina 1β e interleucina 6 aumentam durante o período de vasoespasmo. (2) 
Os  fatores de risco para o vasoespasmo são: a quantidade e a duração da  exposição para o sangue no espaço subaracnóideo, a presença de coleções  sanguíneas em cisternas e fissuras e a presença do sangue  intraventricular. (2,11)
Diagnóstico do vasoespasmo
O diagnóstico é clínico, mas alguns pacientes podem ser assintomáticos.(2) Os  sintomas podem ser discretos e não específicos como sonolência  excessiva, letargia e torpor ou podem ser mais localizados como  hemiparesia, hemiplegia, abulia, distúrbios da linguagem,  comprometimento visual e paralisia de nervos cranianos.(12) O  resangramento, a hidrocefalia, focos de convulsão e distúrbios  metabólicos devem ser prontamente pesquisados por meio de exames  radiológicos, bioquímicos e clínico.(2) 
O melhor exame para detectar vasoespasmo é a angiografia cerebral.(2)  A ultrasonografia transcracraniana com doppler detecta a velocidade  média do fluxo sanguíneo cerebral e pode auxiliar no diagnóstico.(13) 
Tratamento clínico
As  pesquisas médicas continuam em busca da melhor forma de realizar o  tratamento clínico e a prevenção do vasoespasmo após um episódio de HSA.  (1,2) Alguns fatores justificam a inexistência de um  tratamento ideal tais como: a complexidade do evento, incompleto  entendimento acerca dos mecanismos exatos que levam ao vasoespasmo, a  baixa freqüência da doença, e a presença de outros fatores que  influenciam o desfecho final.(2)  
 A  nimodipina é um fármaco bloqueador dos canais de cálcio utilizado na  profilaxia do vasoespasmo cerebral que se liga ao canal de cálcio tipo L  e que vem sendo considerada uma droga segura e com um bom efeito  custoefetividade com redução na incidência de infarto cerebral.(1,14-16) A forma como a nimodipina exerce seu efeito benéfico ainda não foi completamente esclarecida.(2) A nimodipina por via oral apresenta um risco relativo de 0,67 (intervalo de confiança de 95% de 0,55 a 0,81) .(1)  A nicardipina também vem sendo estudada por apresentar resultados  satisfatórios, mas é necessária uma pesquisa com adequado tempo de  seguimento para comprovar que seu efeito benéfico pode apresentar  benefícios tardios.(17-19)
A  papaverina é um potente relaxante muscular da parede vascular e seu uso  no vasoespasmo causado pela HSA tem sido bastante estudado.(20)  A medicação é administrada por meio de um microcateter nas proximidades  dos vasos comprometidos e na maioria dos casos o efeito é imediato, mas  a reversão do déficit neurológico já instalado é variável.(20) O fármaco tem uso limitado devido as complicações e deve ser reservado para uma terapia secundária.(21)  Os efeitos adversos são: aumento da pressão intracraniana, piora do  vasoespasmo, deterioração neurológica, convulsões e alterações na  substância cinzenta.(21) O uso intra-arterial de nimodipina, nicardipina, verapamil e milrinona são alternativas a papaverina.(2) 
O  sulfato de magnésio possui atividades bloqueadoras dos canais de cálcio  e vem sendo utilizado mais recentemente na terapia do vasoespasmo em  virtude do seu baixo custo, facilidade na sua administração e pela  freqüência de 38% de hipomagnesemia em pacientes com HSA.(22-24) Ainda não existe um consenso sobre a dose efetiva e ideal para o uso corriqueiro na prática clínica.(2)
As  estatinas são drogas inibidoras da hidroxi-metil-glutaril-coenzima-A  redutase que induzem a formação do óxido nítrico via ativação da oxido  nítrico sintetase.(25) Um estudo piloto realizado em 2005  utilizando a sinvastatina demonstrou benefícios, porém estudos com um  maior poder estatístico e com um delineamento mais adequado para  investigar as intervenções devem ser realizados antes do uso desse  fármaco na prática clínica de forma rotineira.(26) 
 A  hipovolemia ocorre devido à perda sanguínea no interior do crânio e  pela disfunção hipotalâmica com liberação de peptídeos natriuréticos,  por isso a expansão volêmica é considerada conduta essencial para o  tratamento da HSA.(27)  Um ensaio clínico randomizado foi  realizado comparando pacientes com HSA que receberam tratamento para  manterem a normovolemia e hipervolemia não havendo diferença na formação  do vasoespasmo entre os grupos (20%).(28) Os autores desta  pesquisa apontaram a dificuldade em se manter a hipervolemia em alguns  casos, às vezes até ficando impossível manter o padrão hipervolêmico.(28)  Outro ensaio clínico randomizado foi realizado como pesquisa piloto  para comparar o tratamento da HSA comparando um grupo de pacientes que  receberam no pós-operatório a terapia hídrica hiperdinâmica, com um  grupo que recebeu tratamento com normovolemia sem, no entanto, encontrar  diferença nos desfechos pós-operatórios após um ano de seguimento.(29)  Embora pareça ser prudente evitar a hipovolemia nos pacientes com HSA,  principalmente naqueles com vasoespasmo cerebral, é controverso se a  terapia hídrica hipervolêmica trás benefícios, se é necessária e  obrigatória para todos os casos e se é possível realizá-la de forma  sustentada sem complicações.(27)     
A viscosidade possui uma relação inversa com hematócrito, portanto quanto menor o hematócrito maior o fluxo sanguíneo cerebral.(27)  Um estudo que analisou a redução do hematócrito de 36% para 28% não  demonstrou benefícios aos pacientes com vasoespasmo cerebral e  postularam que a ausência do efeito do tratamento pode se dever a menor  demanda arterial de oxigênio apesar do fluxo sanguíneo cerebral estar  elevado.(30) O nível ideal de hemoglobina nos pacientes com  HSA permanece inexplorado da prática clínica e o impacto das transfusões  nos desfechos clínicos após longo tempo de seguimento permanece ainda  desconhecido.(27)  
A  autoregulação cerebral apresenta-se comprometida em pacientes com HSA  mormente em áreas de vasoespasmo e o fluxo senguíneo cerebral fica  dependente dos níveis tensionais.(27) Um estudo realizado em  pacientes com HSA considerando níveis de pressão arterial sistólica  entre 150 e 175 mmHg com o uso de dopamina, vasopressina subcutânea ou  ambas as condutas demonstrou aumento do fluxo sanguíneo cerebral e  melhora na evolução clínica dos pacientes.(31) Os  vasopressores aumentam o fluxo sanguíneo cerebral regional em humanos  com aumento da oxigenação do tecido, mas não induzem o mesmo efeito em  animais.(32) São necessários mais estudos em seres humanos  para analisar a ação isolada da hipertensão arterial sistêmica e para  confirmar seus efeitos benéficos nos desfechos da doença, assim como na  prevenção e no tratamento do vasoespasmo cerebral.(27) 
Considerações finais
Um  grande número de artigos originais vêm sendo publicados que as  conseqüências fisiopatológicas da HSA não se devem apenas ao  vasoespasmo, mas também a uma injúria isquêmica global conhecida como  injúria cerebral precoce.(1) A fisiopatologia ainda não está  completamente elucidada, mas as futuras pesquisa auxiliarão na ampliação  do conhecimento acerca desta nova entidade fisiopatológica.(1)  
A  nimodipina e a hipertensão arterial sistêmica induzida devem ser  utilizadas na prevenção do vasoespasmo cerebral após um quadro de HSA  por apresentarem efeitos benéficos comprovados. O tratamento do  vasoespasmo com hipervolemia e hemodiluição vem sendo questionado por  vários autores e novas terapias como o sulfato de magnésio e as  estatinas estão sendo testadas para ampliar o arsenal terapêutico de  fármacos com efeito benéfico no tratamento do vasoespasmo cerebral. 
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