15 de fevereiro de 2012

Efeito colateral da combinação do ENEM com o SISU: sociedade frustrada e infeliz



Segundo a Wikipédia "O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma prova criada em 1998 pelo Ministério da Educação do Brasil que é utilizada como ferramenta para avaliar a qualidade geral do ensino médio no país. "

Segundo o Blog Brasil "Para quem não sabe a sigla SISU significa Sistema de Seleção Unificada, o qual é um sistema informatizado que é gerenciado pelo MEC (Ministério da Educação) que por meio das instituições e universidades públicas de educação de nível superior selecionar novos estudantes para estudarem através das notas obtidas pelo ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). "

A importância da combinação ENEM e SISU é demonstrar quão democrático é o nosso país em consentir estudo de qualidade para ingresso no nível superior da educação. É importante que o brasileiro possa escolher onde quer estudar.

Mas ...

Existem algumas considerações a fazer sobre este sistema democrático.

1. O ENEM. É uma prova onde se exige do aluno um determinado nível para que a pontuação dele possa refletir a qualidade do ensino "público" do país. Agora a pergunta que não quer calar, o aluno dará nota a quem para melhorar seu desempenho? Quem dá a nota ao professor é o aluno, mas como o aluno faz isso? O professor está sempre de nota baixa porque está desmotivado, sem salário digno, frustrado, desejando desistir, doente, de licença médica, sem recursos didáticos, etc. O aluno está inserido neste contexto docente para se sair bem no ENEM. Os "estados subdesenvolvidos" como Alagoas e outros não oferecem educação de qualidade para que seu corpo discente participe dignamente do ENEM, pois, esta realidade docente citada acima está presente em Alagoas e também em outros locais da federação.

2. A nota de corte. O SISU possui uma nota de corte que vai sendo formulada ao longo dos dias em que o aluno escolhe seu curso. No primeiro dia o aluno pode se inscrever onde quiser e bem entender porque ainda não existe uma coorte de notas para formar uma nota de corte. A partir do segundo dia surge a nota de corte. No segundo dia existe uma nota de corte que aparece no sistema e sai eliminando os alunos dos curso para os quais eles gostariam de fazer, então se eu nasci para ser médico e fiz um excelente ENEM tirando 7,8, mas a nota de corte de onde quero ficar for 7,81 eu terei de escolher outro curso ou outra Universidade no país. A solução está a mão do aluno que normalmente não quer sair da cidade e ai acaba escolhendo democraticamente outro curso onde mora e isso faz com que a nota de corte do outro curso suba em virtude destas migrações de alunos. No terceiro dia de escolha democrática dos cursos muitos alunos que resistiram aos dois primeiros dias e que gostariam de entrar naquele curso acabam tendo de escolher outro curso porque sua nota do ENEM ficou inferior a nota de corte do terceiro dia de SISU, pois, os expatriados de outros cursos agora querem entrar de qualquer jeito naquela Universidade. E isso vai até o último dia de escolha dos cursos onde os alunos podem estar em cursos totalmente diferentes do que gostariam de fazer e sem motivação necessárai para entrar naquele curso final.

3. Cadeiras vagas. Não é boato, é verdade, ficam cadeiras vagas em todos os cursos de todos os lugares do Brasil (claro com um pouco de exagero). Há a possibilidade de, mesmo tendo pessoas com notas boas no ENEM, as cadeiras ficarem sem alunos, pois, a nota de corte impede que bons alunos ingressem na Universidade. Nota de corte já tá dizendo É DE CORTE MESMO. 

4. Futuro. O futuro é negro e caótico. Vejam quantas pessoas estarão fazendo agora um curso só por fazer e desmotivados no curso que entraram porque gostariam de estar fazendo algo diferente. São futuros frustrados, estafados no trabalho, sociopatas, etc. A desmotivação NO FUTURO SERÁ UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA, será geral. Só um curso poderá florecer com grandes profissionais no futuro: Psicologia. Os psicólogos terã campo aberto para pesquisas e para trabalho. Teremos a "sociedade dos frustrados eternos" sem coragem de dar um passo para tras e refazer o curso que gostariam de realmente fazer: filhos, contas, obrigações sociais, obrigações religiosas, tempo, etc. Teremos pessoas vivendo a situação de "como poderia ser o meu futuro se eu tivesse ...".

5. Alagoanos sem formação. Os alagoanos não têm a menor chance de entrarem na Universidade Federal de Alagoas (UFAL), pois, logo todos a prenderam a "mexer" no SISU e como a educação aqui é falha com certeza a UFAL será a escola dos forasteiros. Estaremos formando profissionais para outros estados. Teremos o orgulho de ser o celeiro das profissões do Brasil, mas e nós faremos o que e nos formaremos em quê?

Será esse o nosso futuro e também o do Brasil?

Só aguardando para ver, pois, o futuro ainda não chegou somente pode ser previsto com base no que vemos hoje.

 E o que vemos hoje nos mostra um futuro promissor? Acredito que não. E você o que acha?

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