12 de fevereiro de 2010

RESENHA: A LUNETA MÁGICA

O livro, A luneta mágica, divide-se em três partes:
A primeira, onde a personagem principal é delineada e caracterizada como o próprio nome que recebe, Simplício, que se considera cego moral e físico por ser extremamente miope e manter-se em casa sempre. Recebe de um mágico, o armênio, uma luneta com poderes místicos para ver o mal, porém o mal em tudo e em todos. Isto torna-o inimigo da população do local que o retira do convívio social.
A segunda, quando a personagem recebe outra luneta com a visão do bem, mas do bem de tudo e de todos. A visão exagerada do bem interfere em seus dicernimentos sobre tudo e todos e torna-o o "bobo da corte" da cidade em que vive.
A terceira, contendo as explicações que tornam possível que se perceba a importância do bem e do mal que culmina com o recebimento de uma terceira luneta que dá a visão do bom senso.
 
O livro tras reflexões da personagem principal em meio a tempestades de sofrimento que são verdadeiras obras da filosofia mundial. Alguns exemplos são:
"... eu me reconheci tão fraco e tão pecador como a primeira mulher, a tentação do demônio, Eva, porque pela ambição da vista deixava-me sempre escravo das promessas do demônio, assim como Eva se deixou escrava dos conselhos infernais da serpente pela ambição da ciência do bem e do mal."
"Eu tinha recebido da experiência uma grande lição; mas como quase sempre acontece ao homem, veio-me a lição da experiência, quando não podia mais aproveitar-me."
"Maldita seja a insaciabilidade do desejo, que envenena a vida do homem e que mil vezes o leva a sacrificar imenso bem que está gozando pela ambição de mais gozo ainda, e do que não lhe era preciso para a felicidade da vida."
 
O público recomendado para a leitura são os alunos do ensino médio, os profissionais da literatura e professores de português e redação em geral.
 
O livro "A lunteta Mágica" foi escrito por Joaquim Manuel de MAcedo em 1869. Macedo formou-se em Medicina na Faculdade do Rio de Janeiro e foi deputado três vezes ao longo de sua carreira profissional. Escreveu várgios gêneros literários literários: romances (A moreninha - 1844, Nina - 1869, A baronesa do amor - 1876), poesia (A nebulosa - 1857), teatro (O cego - 1849, A torre em concurso - 1863) assim como crônicas e biografias (Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro - 1876, Memórias da rua do ouvidor - 1878).
 
Em suma, é um livro cômico que aborda a relatividade do bem e do mal. O português escrito não é de difícil compreensão, a obra é escrita na primeira pessoa e a leitura faz o leitor viver a estória com muita emoção durante a narração. Os capítulos são curtos.
 
É leitura excelente. Recomendo a todos.

Um comentário:

  1. Timbó,

    A versão eletrônica do livro pode ser obtido no sítio da MINISTÉRIO DA CULTURA
    Fundação Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura ou pelo atalho (link) abaixo:

    http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000115.pdf

    Abraços,

    Aldemar

    ResponderExcluir

A sua contribuição será importante. Aguardo o seu comentário.