O QUE É PERDOAR?

Perdoar é um processo cognitivo resultante do esquecimento ou afastamento total de uma sensação de mal-estar ou melancolia resultante de alguma ofensa cometida por outrem. Perdoar é esquecer com sinceridade a dívida de alguém, descontinuar as punções e multas aplicadas ou restituir algo ao ofensor. Perdoar é sentir paz interior e se libertar do ódio ou desejos de vingança quando se faz referência a algum ofensor.

O "perdoador" é a pessoa que mais tem a ganhar, pois, é quem se liberta do mal do ressentimento, da tormenta da desesperança, do ódio contra outrem e do desejo ou da obrigação da vingança. Perdoar faz bem a pessoa que perdoa, porém o perdoado ainda poderá sofrer com a culpa remanescente por ter cometido uma ofensa. Dependendo da gravidade das ofensas o agressor pode continuar sofrendo independentemente do perdão adquirido que servirá apenas para aplacar o sentimento de culpa do agressor. Errar pode ser uma questão moral, mas perdoar é uma questão espiritual.

Perdoar não é esquecer por esquecer, muito pelo contrário se pode inclusive lembrar do ocorrido, porém sem conotações negativas ou vingativas. A lembrança do fato com o intuito de fazer o ofensor sofrer significa um perdão incompleto. Quem perdoa não esquece, quem perdoa, perdoa. Lembrar sem sofrer é perdoar. Lembrar do fato sem torná-lo um fato histórico é perdoar. Lembrar sem refletir negativamente é perdoar. Muitas pessoas quando pedem perdão dizem "esqueça tudo que fiz" quando na verdade deveriam dizer "me ame e me perdoe mesmo com a presença das lembranças". Nelson Mandela disse: perdoar, mas não esquecer porque se isso ocorrer o fato pode voltar a acontecer.

Mahatma Gandhi disse uma vez: O fraco jamais perdoa, o perdão é uma característica do forte. Perdoar é adquirir um crescimento pessoal de cunho espiritual que nem todos conseguem perceber ou estão preparados para fazê-lo. Neste mesmo ínterim Joseph Addison disse: O fraco poderá lutar e vencer; perdoar, nunca. Somente as pessoas intelectualmente mais evoluídas conseguem executar o perdão na sua plenitude, pois perdoar não exige nada em troca e não se deve demonstrar insatisfação ao ofensor pelo perdão concedido. Perdoar sem querer "alfinetar" de "vez em quando", sem tornar trágico todo encontro que o ofensor, sem desejar que o mal venha àquela pessoa em nome de Deus. exige muito autocontrole  Perdoar realmente é para os fortes, porém não impede ninguém de evoluir e ser também um forte.

As circunstâncias às vezes levam as pessoas a agirem conforme um determinado padrão que pode ofender profundamente outrem. Se assumirmos um pensamento que vi em um site da net "*Ele(a) foi apenas ele(a) mesmo(a), e o que pôde ser de melhor naquela circunstância. Ele(a) não é perfeito(a) e jamais o será." poderemos perceber com mais clareza a natureza do outro e assim perdoá-lo verdadeiramente. O professor Aldemar Araújo Castro me disse uma vez: Se existe um perdão é porque existiu um erro (pecado) na percepção daquele que pode perdoar. Nem sempre a pessoa que ofende percebe que o fez e nem sempre o ofendido ajuda no processo porque é mais fácil viver na ausência do perdão do que esquecer de coração e amar o irmão que ofende.

Perdoar é ser cristão autêntico. Errar é simples, perdoar é doloroso e nem sempre se torna presente, odiar é humano, amar é divino. É mais fácil ofender do que perdoar porque o perdão é uma característica superior e nem sempre estamos aptos ou queremos evoluir espiritualmente. É mais fácil viver na sombra da humilhação além de parecer ser gratificante fazer alguém que ofende sofrer.

Perdoar é uma entre as muitas formas de amar. Perdoar é alforiar-se da mágoa que se sente por outrem passando a vê-lo como um irmão.

*http://www.ronaud.com/auto-conhecimento/o-que-e-perdoar/.