7 de agosto de 2012

Luz nas Trevas - A volta do bandido da luz vermelha



O filme conta a vida do bandido tudo-ou-nada (André Guerreiro) retratando momentos da sua infância até sua prisão na vida adulta além de contar também como pode ter sido a vida do bandido luz vermelha (Ney Matogrosso) na prisão.

Uma característica forte neste filme é a crítica a corrupção que existe na sociedade. Uma fraze ficou marcante e marcada no filme "bandido preso é bandido pobre" ressaltando a impunidade e fazendo alusão muito forte a vida dos políticos que no filme são "os bandidos ricos" retratando inclusive a campanha de um pretendente a algum cargo que já na camapanha faz e desfaz do povo como se representasse todos em geral. O filme mostra que "todo mundo na política" rouba desde o político até seu acessor pessoal que se puder mete a mão no dindin sem dó nem piedade.

O filme também mostra como é importante a figura do pai herói. A identificação dos filhos com os pais pode levá-los a serem grande pessoas honestas ou grandes pessoas desonestas. Quem não quer fazer do seu próprio pai o seu super-homem e da sua mãe a mulher maravilha? O problema muito bem passado nas cenas do filme é haver a identificação da pessoa com um pai bandido. O bandido tudo-ou-nada mostra sua identificação com um pai como se o mesmo fosse um injustiçado social e não o grande bandido da luz vermelha. A identificação é universal e característica marcante dos seres humanos. Não há como escapar. Até mesmo quando o pai não está vivo a identificação ocorre com parentes ou pessoas que cuidam das crianças.

A importância do jornalismo também pode ser vista na crítica do filme. O jornal Notícias Populares, no filme, transforma o bandido da luz vermelha em um verdadeiro ícone vestindo roupa de Roben na famosa floresta da Inglaterra como se estivesse roubando dos ricos para dar aos pobres. A mídia realmente tem este poder massificante de opinião que às vezes não carece de investigação prévia. O que importa nada mais é do que a audiência e neste mundo globalizado do Fernando Enrique Cardoso e mais do que tudo a venda ou vendagem dos jornais não importando o prisma que esteja sendo mostrado. Há sim a necessidade de mostrar os dois lados da moeda, mas enaltecer bandido só sendo jornalista mesmo. Que saudade do Tim Lopes!

Há também reportagens jornalísticas excepcionais que adentram na vida do crime e mostram a vida atras das drogas e do dinheiro sujo. Houve uma que me chamou atenção que demonstrou algumas localidades, mormente favelas, a identificação infantil não ser mais com a polícia como no passado onde se brincava de polícia e bandido, mas sim com o bandido onde hoje se brinca de bandido com bandido. As crianças brincam de morte, assassinato como se fosse o natural da sociedade Cardosiana. O filme mostra isso também em cena onde o bandido na sua faze de infante rouba uma banca de jornal para poder ler revistas pornográficas.

A produção conta com elenco maravilhoso como Bruna Lombardi, Simone Spoladore, Maria Luisa Mendonça, Sandra Corveloni e Paulo Gulart. Vale a pena assistir.  

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