1 de julho de 2011

Relato de caso de família testemunha de Jeová na hora da agonia

Esta foi uma carta que fiz ao meu ídolo Paulo Sávio e que enviei por email para contar uma experiência pessoal. Partes da carta apenas.

Amigo, 
Vou contar-lhe um caso clínico meu.
Família TJ: pai, mãe e filho de 5 anos que foi vítima de um tiro (bala perdida de policial ou bandido em ação policial). A família chega ao hospital de trauma com a criança ensanguentada e vão com a paciente ao centro cirúrgico (CC). Ao chegarem a porta do CC se depararam logo com quem? Comigo! Adivinha a primeira frase da mãe:
-"Somos testemunhas de Jeová, não é para fazer sangue."
Bem expliquei que ali não funcionava assim e que se houvesse necessidade eu poderia fazer, mas gostaria do consentimento dos pais para que eu me sentisse melhor e sem obrigações para não fazer. Eu pratico a não transfusão sempre, mas tem hora que não tem jeito.
A mãe insistia:
-"Se for o caso pode deixar morrer, mas não faça o sangue".

Então, eu resolvi dizer assim aos pais:
- Vou deixar vocês pensando, desta vez a decisão será totalmente de vocês, volatarei dáqui a 5 minutos para saber a resposta final. Se a resposta se mantiver, seu filho morrerá hoje.
Sai, sentei-me, respirei fundo e pensei ... por uma morte de uma criança. Fiz uma oração para que Deus iluminsasse os pais em sua resposta final. Eu iria proceder ao que eles dissessem e quisessem.
Voltei.
Abri a porta do CC.
Perguntei:
- "E ai, posso fazer o sangue ou não?"
Antes que a mãe pudesse falar algo, o pai tomou a frente e disse:
-"PODE SIM. POR FAVOR, NÃO DEIXE MEU FILHO MORRER."

A mãe passou a olhar, encarar, mirar, odiar, o pai e não disse mais nenhuma palavra. Antes que eu fechasse completamente a porta ouvi o pai dizer que em casa eles resolveria isso e que se fosse o caso ele é quem estaria no inferno (em tom muito irritado e irônico).
Fiz a anestesia.
A criança não tomou o sangue porque fiz das tripas coração para não fazer sengue e não deixei o cirurgião prescrever o sangue. Passei alguns minutos explicando ao colega a parte médica relacionada a anestesia e minha opinião pessoal e científica para não transfundir. Ganhei na discussão, mas também pediatra não gosta muito de sangue. A única justificativa do cirurgião pediátrico era apressar a alta hospitalar para tirar a criança de um lugar altamente contaminado.
Voltei.
Expliquei aos pais que não fiz o sangue.
O pai vibrou como se tivesse nascido de novo.
A mãe não mais deu nenhuma palavra, parecia que estava casada com o satanás.

VENCEU O AMOR DIVINO, O AMOR DE PAI, O AMOR DE CRISTO NO FINAL.

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